Hoje farei uma dobradinha do livro e filme o Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas).
Li o livro no meio do ano passado logo depois que terminei A Menina que Roubava Livros (ótimo livro, mais tarde falarei dele), foi indicação do atendente da livraria. Um livro pequeno (pouco mais de 150 páginas) mas avassalador, uma escrita única "Um livro tão simples e tão bem escrito que beira a perfeição". Não é exagero. Com poucas palavras John Boyne consegue passar a visão de um menino alemão, Bruno, filho de um comandante das tropas de Hitler. A família, composta de mãe, pai e dois filhos (a menina Gretel, 12, e o menino Bruno, 9). Imagine a visão de uma guerra sem sentido sob a perspectiva de um garoto. Não há como uma criança dessa idade entender os pensamentos inumanos que os nazistas adotavam naquela época. Bruno e sua família logo no início mudam para o campo de concentração Auschwitz (chamado de Haja-Vista pelo menino). Um local desolado, cercado de soldados e sem nenhum amigo com quem brincar, apenas a irmã Gretel, o que não é uma boa opção. A curiosidade inquietante típica dessa idade o instiga a explorar (seu hobby favorito) da janela do seu quarto vê um grande campo cheio de pessoas que usam um estranho pijama listrado. Bruno acha que é uma fazenda, mas a verdade é bem mais sombria. Afim de acabar com o tédio e descobrir mais sobre a tal misteriosa "fazenda" Bruno começa a explorar cada canto do terreno até encontrar uma cerca. Ahh.... a cerca.... que separou vidas, alegrias, famílias, amizades, humanidade. Do outro lado encontra uma criança com nome estranho, Shmuel, que se torna seu melhor amigo e também o pior inimigo. Shmuel é judeu e sua amizade com o menino Bruno é impossível devido as sórdidas circunstâncias. Apesar das adversidades (um professor alemão contratado pelo pai que começa fazer uma 'lavagem cerebral' nos dois irmãos e Bruno vai descobrindo aos poucos qual é o papel do judeu na sociedade nazista, a irmã que se aproxima mais da ideologia, acima de todos o pai que é o seu grande orgulho e inspiração) a amizade dos meninos é inabalável, com decepções e alegrias até chegar ao seu ápice... (não vou falar, assistam ou leiam para descobrir).
O filme é bem fiel ao livro, é claro que há alguns cortes mas também acrescentam várias cenas. O livro é todo narrado do ponto de vista do Bruno (apesar de ser escrito em 3ª pessoa) coisas que são mencionadas na obra não ficam totalmente esclarecidas devido a inocência da criança. Já no filme é mais objetivo mostrando cenas em que Bruno não está presente para dar uma profundiade ao filme, mas sem deixar o menino em segundo plano. Algumas partes omitidas no livro são mostradas no filme, como por exemplo o que acontece com Pavel (o criado judeu) durante aquele jantar especial. Outra coisa que me chamou atenção foi a mãe de Bruno, Esla (no livro nem a mãe e o pai tem nome), interpretada por Vera Farmiga. Ela se escandaliza ao presenciar de perto as barbaridades que eram cometidas com judeus (mostrada de uma forma leve). Todo esse preconceito, o clima ruim que se forma entre Ralf (pai de Bruno) e Esla, levam ao clímax que envolve as duas crianças.
É um filme ótimo para refletir se todo esse ódio, essa insanidade, essa prepotência da raça humana leva a algum lugar (não!). O quanto nós podemos prejudicar inocentes, destruir lares, famílias e vidas...
Como diria a morte em A Menina que Roubava Livros "O seres humanos me assombram."
Trailer
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